Que coisa boa é fazer de primeira aquela tarefa ou demanda que você nunca tinha feito na vida! Nossa, acertar de primeira um código que você nunca escreveu, mandar um layout para aprovação e ser parabenizado, com a rara sorte de não precisar refazer ou corrigir nada.
Com certeza, em algum momento da vida, você já passou por uma situação parecida. Às vezes, nos colocamos num espectro do conhecimento além daquele que realmente temos. Isso tem nome: é o efeito Dunning-Kruger. Foi identificado pelos psicólogos sociais David Dunning e Justin Kruger, que publicaram um estudo em 1999 mostrando esse fenômeno.
Como funciona na prática?
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Um iniciante pode achar que já domina um assunto rapidamente, sem perceber o quanto ainda falta aprender.
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Um expert, por sua vez, sabe que há muito a ser aprendido e, às vezes, acha que os outros sabem mais do que realmente sabem.
Se identificou nessa situação alguma vez? Lá na faculdade, no primeiro emprego ou mesmo quando estava com pessoas menos experientes que você? Pois é, isso é muito comum e natural, mas tem um desafio maior: praticar a humildade.
Nós não gostamos de sabichões
Ninguém gosta de um sabichão. Ele não agrega, porque não possui o conhecimento necessário para resolver algo, trava os processos ou gera muitos ruídos e erros, desestabilizando a equipe.
Mas você não precisa ser esse tipo de pessoa. Eu, particularmente, nunca fui. Mas achar que sei mais do que realmente sei? Nossa, já aconteceu muito, principalmente no início da minha carreira como técnico em computação e, depois, como graduando em Desenho Industrial.
Eu era muito dedicado e elogiado pelos professores, e isso alimentava meu ego. É uma sensação muito boa, te dá certo poder, ser notório, ser elogiado. Mas dar passos maiores que as pernas pode fazer sua cara ir ao chão.
Fatalmente, você sempre encontrará alguém que sabe algo mais do que você. Supostamente, sim, supostamente, porque o conhecimento de cada indivíduo é único, mas a forma como esse conhecimento é aplicado e transmitido faz toda a diferença.
No final das contas, quem vai validar o quanto você sabe é única e exclusivamente você. Ninguém no mundo é onisciente. Tudo depende mais de como você faz e comunica do que do quanto sabe. De nada adianta só saber é necessário que esse conhecimento agregue valor à sociedade.
Sair desse viés cognitivo é tarefa difícil, exige muita autoanálise e a compreensão de que não dá para saber tudo.
Estamos sempre aprendendo, e em muitos casos, você está errado
É preciso praticar a humildade não no sentido de perder sua autoridade, mas sim tomando cuidado para não soar arrogante ou pedante. Isso afasta as pessoas, e de nada adiantará seu conhecimento se não for aplicado.
Um problema oposto é a síndrome do impostor, que pretendo abordar minha experiência em outro artigo, sobre se colocar para baixo, não reconhecer seu valor e achar que não é capaz, na maioria das vezes é o oposto.
Lidar com o próprio conhecimento, novos aprendizados e o debate com opiniões contrárias não tem receita de bolo. Você precisa traçar suas próprias estratégias. Seu cérebro é único: seja analítico e compreensivo, mas também não precisa ser um “banana”. Aceite que, mais cedo ou mais tarde, você vai errar ou será julgado.
Ninguém é perfeito, e espero que ninguém espere isso de você
Se você se viu nessa situação de se achar a última cocada do arraiá, meu amigo, tenha calma. Analise, aprenda, e seja reconhecido pelo seu conhecimento não por sua arrogância.
Já viveu ou vive isso e precisa fazer um malabarismo para não ser um sabichão? Compartilha aí, me deixa sozinho nessa furada não, hahaha! Abração!